sexta-feira, 8 de maio de 2015

Cyber/Hacktivismo e sua mobilidade na internet

Os primeiros vestígios de Cyberativismo surgiram em meados da primeira metade da década de 1990, juntamente com a popularização da internet. Um exemplo disso foi quando a revista Z Magazine ofereceu cursos online através da Online University of the Left, aceitando inscrições no curso de "Utilizar a internet e sistemas eletrônicos para o cyberativismo" por volta de 1998. A forma rápida de como as ideias se propagam através da internet chamou a atenção de ativistas - cujas causas são, normalmente, de cunho ambiental, político ou social -, que costumam divulgar suas mensagens por outros meios de comunicação. 

E o Hacktivismo apareceu quase que de "mãos dadas" com o cyber, por volta da segunda metade da década de 1990; Mais especificamente através do site Cult of the Dead Cow que inclui entre as suas crenças o direito fundamental ao acesso a informações. Geralmente, o hacktivismo consiste na escrita de códigos e manipulação de bits para difundir a ideologia política, promovendo liberdade de expressão, direitos humanos ou informação ética.

Nos dias atuais, os principais exemplos de movimentos cyberativistas foram o do Passe Livre - movimento social brasileiro que defende a adoção da tarifa zero para transporte coletivo -, e o Panelaço - movimento social contra o governo atual -, ocorridos entre o primeiros semestres de 2013 a 2015. Nos dois casos, a comunicação, organização, difusão de ideias e conceitos foi toda feita através da internet, através de redes sociais e seus determinados aplicativos, como o Twitter, Facebook e outros. E pensando em toda essa mobilização, o agente publicitário Marcelo Jereissati Hage Nicolau criou o aplicativo Ipanelaço, um app que reproduz o som das panelas se batendo.

A principal característica do cyberativismo é a utilização da internet para movimentos sociais ou populares. A diferença entre movimentos sociais e movimentos populares é que esse último é pontual, enquanto o social é um movimento organizado e complexo que perdura por um tempo. As etapas do movimento são informar sua existência, adquirir colaboração da mídia para o movimento (sempre com algum objetivo, claro), difusão da informação no sentido de contribuição para as mobilizações (entrevistas que corroboram as teses das manifestações). 

Apesar de estar basicamente tudo à distância de um clique, não quer dizer que o cyberativismo se restrinja apenas a isso. Além do virtual, ainda é necessária a existência do ativismo real, por um ainda ser muito dependente do outro e ambos fazerem parte de um processo que se completa. É preciso também, o comprometimento e conhecimento do/a ativista pela causa que se está lutando e não apenas um clique a mais ou a menos.

Alguns grupos se encaixam no que se pode chamar de “guerrilha midiática” a fim de desmascarar a mídia, mostrando o quanto ela não é confiável, a fragilidade da verdade oficial nas notícias transmitidas. Luther Blissett é um exemplo de um pseudônimo usado por muitos ativistas na realização de denuncias nesta guerrilha. Este nome vem sendo utilizado desde 1994 na Itália e se alastrou pelo mundo. Tornou-se famoso, um herói popular devido as suas ações como intervenções, cartas, falsas noticias, livros; tudo assinado por L.B.

As noticias da primeira aparição ativista social que se tem noticia, são do Exército Zapatista de Libertação Nacional, 1994, em listas de discussão, e-mails e site FTP (Protocolo de Transferência de Arquivos), mas só em 1996 criaram sua própria homepage onde podiam reivindicar os direitos indígenas ao mesmo tempo em que aproximavam seu discurso ao de novos movimentos sociais esquerdistas e ampliavam o seu campo de batalha.

A principal atividade dos hackers é pegar documentos sigilosos e colocá-los em livre circulação (Snowden, Julian Assange da Wikileaks e o Anonymous são dois exemplos atuais) pela internet por um determinado espaço de tempo, apenas o suficiente para o conhecimento geral, e depois criam um sistema criptografado que tornam tais documentos invioláveis. A intenção é democratizar a tecnologia e a informação. Disseminá-la e torná-la mais democrática. Inicialmente não eram engajados politicamente, eram "nerds" que perceberam que podiam fazer isso na garagem de casa. A leitura política veio depois e apareceu mais por curiosidade.

Os primeiros indícios de atividade hacker começou pelo telefone (os phreaks). Perceberam que determinadas frequências permitiam ligações gratuitas. Produziram uma caixinha azul em que ao encostar no aparelho telefônico ele realizava ligações de graça para outras pessoas, além das “party lines” (festas em linhas) onde mandavam trotes para pessoas famosas. Tinha o lado da brincadeira e o lado ativista. E do termo phreaks surgiu o termo hackers, que criaram a micro computação. Os países costumam usar os hackers para a “Guerra Cibernética” É esse engajamento social e político que diferencia os hackers dos crackers, criminosos que vendem e roubam informações, invadem contas bancárias de pessoas comuns... Basicamente, se prejudica a grande população são crackers, se não, são os hackers.



Fontes:



G1

Exame.com
Youtube
Amadeu da Silveira, S. Ciberativismo, cultura hacker e o individualismo colaborativo.