segunda-feira, 15 de junho de 2015

Aplicatividade

Durante os último três meses, abordamos diferentes temas na área da tecnologia da comunicação na tentativa de relacionar fenômenos sociais e os serviços oferecidos por esses  softwares. Os aplicativos de encontro conseguem refletir a cultura das tribos no campo virtual? A tecnologia móvel está afastando ou aproximando as pessoas? Como a produção audiovisual está se adaptando a mobilidade dos suportes digitais? Para além de  fornecer respostas para essas perguntas, por vezes perguntas cujas respostas ainda estão inacessíveis, o nosso objetivo principal foi trazer diferentes reflexões sobre os temas propostos e relacionar objetos que superficialmente não exibem nenhuma conexão entre si. 

No cenário tecnológico atual, a convergência de diferentes serviços em um único aparelho tecnológico está cada vez mais presente. Diante de objetos que processam textos diferentes para realizar atividades distintas (cuja linguagem é fundamentalmente a mesma), os aplicativos móveis servem como ferramenta para simplificar, reunir, organizar, customizar e apresentar, em uma interface digital, as potenciais funções do aparelho. Como grande parte da comunicação e das relações sociais acontecem através de aparelhos como smartphones, tablets e notebooks, os aplicativos tornam-se interessantes objetos de estudo e discussão. Abaixo encontra-se um breve resumo das principais postagens:


0- “Bolha de filtro” e serendipidade foi o tema de abertura do Aplicatividade. Os algoritmos que fazem os motores de busca funcionarem podem atuar como vilões da livre informação ou como grandes colaboradores da serendipidade. Falamos sobre como a personalização do conteúdo pode interferir na percepção do mundo e na forma como as pessoas se relacionam, mas...


1- Nós somos sujeitos passivos diante da tecnologia? A ferramenta tem poder de influência tão forte a ponto de reforçar ou romper definitivamente o isolamento do sujeito, por exemplo? No texto “A nossa relação com…”, nós defendemos que não é bem assim… Entretanto, admitidos que, em um nível diferente, somos vítimas da indústria tecnológica quando o assunto é obsolescência programada.  


2- A aparência do mundo moderno parece estar baseado nas coisas efêmeras: as informações aparecem e somem rapidamente; os relacionamentos começam e terminam em pouco tempo e os aparelhos são criados, mas logo  ficam velhos. A efemeridade da tecnologia está sendo refletida nas relações sociais? Expomos esses questionamentos no texto “Como os app’s junto aos novos meio de comunicação interagem com a sociedade” e também trazemos as reflexões sobre as mídias velhas e novas. Por falar em mídias novas...


3- ...em “A Era do Conteúdo Digital…”, os desafios para os produtores de conteúdo nas novas mídias digitais são abordados. O conceito de mídia, incluindo as móveis, está cada vez mais complexo no contexto de inovação digital. Surge um novo sistema de comunicações em que se fala de cultura de participação.


4- No mesmo campo, diferentes culturas encontram terreno fértil para se desenvolverem. Discutimos o tribalismo em “A efemeridade das relações sociais” e voltamos a discutir alguns pontos levantados anteriormente ao falar sobre a geração da era digital, onde o indivíduo dissolve a sua identidade dentro de uma tribo, um grupo. E por falar em grupo...


5- O post “Cyber/hacktivismo e sua mobilidade na internet” é onde discutimos sobre os grupos mais famosos (e provavelmente os mais influenciáveis) da internet. Onde estiveram os hackers na era da tecnologia analógica e onde eles estão na era da tecnologia digital? Tentamos traçar uma linha entre o que pode ser considerado um movimento político na cultura hacker e o que pode apenas contribuir para a fragilidade da segurança.


6- Toda informação produzida na internet deixa rastros sobre nós, isso é, produzem dados, tecem perfis e, acima de tudo, possibilitam vigiar o nosso comportamento. No texto “Sorria, você está sendo filmado”, falamos sobre o sentimento de exposição, a insensibilidade à exposição.


7- Qual a extensão da realidade pode ser captada e traduzida para o mundo virtual? As novas tecnologias fizeram surgir a chamada ‘desterritorialização informacional’. Se trata da “fuga” da informação. Os conceitos de realidade aumentada e realidade virtual estão próximos da noção de fuga da informação, em um sentido  diferente, e em “Os app’s como ligação entre o real e virtual” nós explicamos o porquê.


8- Por fim, em “Arte e tecnologia: novas experiências”, discutimos como a arte do mundo real pode estar imersa no mundo virtual e vice-versa. Essa mistura propicia novas possibilidades, a principal característica da arte pós-moderna é nitidamente a hibridez, a reapropriação através de novas técnicas. Tanto arte quando tecnologia se baseiam em reinvenção.